A Escola Francesa
de Geografia e o papel de A.Cholley*
Armen Mamigonian
Departamento de Geografia da USP
Introdução
1.
A necessidade do estudo das bases teóricas da geografia e do pensamento
dos mais importantes geógrafos se manifestou fortemente nos anos 50 e 60 do
século XX, um século após a consolidação da geografia, fundada na Alemanha por
A. von Humboldt (1769-1859) e K. Ritter (1779-1859) e meio século após a
consolidação da geografia francesa, fundada por P. Vidal de
Nos anos 50 e 60 foram publicados dois
grandes balanços sobre o percurso da geografia, organizados por Griffith Taylor
e A. Cholley[1] e
desde então não cessaram os estudos sobre objetos, métodos, paradigmas, etc da
geografia e o pensamento dos geógrafos considerados importantes em nossa
história. Pretendemos chamar a atenção sobre André Cholley (1885-1968), cuja
vida intelectual coincidiu com a ascensão e hegemonia da geografia francesa à
escala mundial na primeira metade do século XX e cujo auge intelectual e dirigente
se deu entre os anos 1945-55, quando além de professor de geografia física, foi
diretor do Instituto de Geografia e Doyen da Faculdade de Letras de Paris
(Sorbonne), na época em que conviveu naquela instituição com Max Sorre e nela
introduziu J. Dresch e P. George.
Curiosamente não existem estudos e
referências suficientes sobre A. Cholley, no sentido de decifrar sua
importância na geografia francesa, onde começou a se destacar pelas mãos de
Emm. De Martonne, orientador de sua magistral tese sobre Les Préalpes de Savoie
(1925), depois portanto da série de geógrafos formados no início do século por
P. Vidal de La Blache, que defenderam suas teses anos antes, como R. Blanchard,
Max Sorre, A. Demangeon, o próprio De Martonne e outros, tendo sido uma tese eminentemente
regional, na tradição lablachiana[2].
Diferentemente da maioria dos referidos geógrafos, A. Cholley deixou uma obra
relativamente escassa de livros, mas de modo semelhante a Max. Sorre foi dos
poucos que explicitou uma visão pessoal da geografia como ciência[3],
fato raro entre os geógrafos franceses, mas comum entre os alemães.
2.
Como se sabe, a
geografia moderna nasceu na Prússia, antes da unificação alemã, na primeira
metade do século XIX (A. von Humboldt e K. Ritter), como filha da filosofia clássica
alemã (I. Kant e F. Hegel), da mesma forma como ocorreu, pelo menos
parcialmente, com o marxismo (K. Marx e F. Engels). Ela acabou se firmando como
uma necessidade intelectual francesa no final do século XIX, sendo que a guerra
franco-prussiana (1870-71) deu um grande impulso nesta direção. Assim,
começaremos por perguntar o que era a França no período 1871-1914, quando de
conhecimento praticamente ausente, a geografia se transformou em ciência muito
avançada, revalizando com a geografia alemã, a partir da qual ela emergiu.
A França no século XIX, em especial de
1871 a 1914.
3.
Após Waterloo e o fim da Revolução francesa, o
século XIX acabou sendo, do ponto de vista econômico e político, o século da
“Pax Britannica”, com a G. Bretanha mantendo tranquilamente sua hegemonia
européia e mundial, mas paralelamente a qual os EUA e a Alemanha ascenderam
econômica e politicamente nas últimas décadas (1870-1900). É curioso que a
França, seguramente a segunda potência européia e mundial à altura de 1800, mesmo
tendo passado por uma enorme revolução político-social, tivesse perdido
velocidade, não só frente a G. Bretanha, como diante das duas novas potências
emergentes.
Se formos resumir a perda de velocidade
francesa, poderíamos defini-la por um conjunto de características
econômico-sociais e políticas[4],
incluindo: 1) lento crescimento econômico, em particular da indústria, e a
persistência de uma economia agrícola camponesa muito significativa, 2) baixo
dinamismo populacional, com queda da natalidade, altas taxas de mortalidade e
acentuado envelhecimento, 3) agitações político-sociais e mesmo guerras civis
freqüentes (1830, 1848-50, 1871), comparativamente à estabilidade inglesa, além
das guerras externas (Criméia 1854-56, México 1861-63, Prússia 1870-71, a maior
e mais importante de todas), paralelamente aos 4) fortes fluxos de aplicações
financeiras no exterior (Suez, Panamá, Europa oriental, etc), além das
expansões coloniais no último quartel do século (Congo Brazzaville, Tunísia,
Indochina, Madagascar, etc.).
A economia francesa transformou-se
vagarosamente, ao longo do século XIX, por um “deslocamento progressivo do
centro de gravidade da agricultura para a indústria e por uma lenta evolução
dos métodos de organização industrial. A transformação realizada durante um
século foi, em vários sentidos, menos completa que a ocorrida na Alemanha nos
quarenta anos que se seguiram a 1871”[5].
Para entendermos este crescimento econômico lento da França no período mencionado
é preciso nos reportamos às mudanças políticas e econômico-sociais decorrentes
da Revolução francesa.
4.
A Revolução acabou criando nos inícios do século
XIX uma nação distinta das demais nações européias, pela implantação de uma
extensa reforma agrária, que criou uma importante classe de pequenos
proprietários camponeses e pelo reforçamento do Estado central, herança do
Estado colbertiano, capaz de impulsionar a economia e a sociedade,
racionalizadas pelo Código napoleônico. Como parte do papel do Estado o ensino
superior foi reestruturado e modernizado com a criação, entre outras, da Escola
Politécnica (1794), Escola de Minas (1794), Conservatório de Artes e Ofícios
(1798), Escola Normal Superior (1798), assim como da Escola Central de Artes e
Manufaturas, fundada mais tarde (1828-29) por um grupo de engenheiros e
industriais[6].
Mas por que este enorme salto
modernizador do Estado francês não acelerou fortemente o desenvolvimento
econômico? É que o outro lado da Revolução, o lado camponês, teve um papel
fundamental no futuro da França. Com a Revolução iniciada, os camponeses
sublevados no verão de 1789 ocuparam por sua própria conta as terras
senhoriais, se libertando dos deveres e serviços feudais, sem precisarem pagar
compensações (abolição da servidão), garantindo a posse da terra e criando uma
enorme classe social de pequenos proprietários rurais, tão típica da sociedade
francesa do século XIX. Em 1791 foram abolidas as corporações de ofício, que
paralisavam as iniciativas individuais no que se refere às manufaturas e
indústrias privadas. Paralelamente foi revogado o direito de barreira
alfandegária entre províncias e assim, homens, mercadorias e capitais puderam
se deslocar livremente: o território francês se tornou um mercado único,
protegido por uma tarifa externa elevada. Como se vê, a Revolução baixou
medidas modernizadoras, que garantiram o crescimento econômico, mas não
asseguraram uma “decolagem acelerada” (o take-off de W. W. Rostow), já que a
enorme dimensão da economia camponesa freava e controlava o ritmo do
crescimento capitalista[7],
pois 1) os camponeses mantinham uma economia natural policultora fortemente
auto-suficiente, que por isto mesmo dava sustentação a uma rede de centenas de
pequenas e médias cidades no interior da França, mas que por isto mesmo
constituía um mercado diminuto para o grande capital e 2) saiam lentamente do
complexo rural, onde estavam inseridos, para o assalariamento ao máximo
evitado, combinando formas de resistência como a condição de micro-proprietário
camponês com a de arrendatário (metayer) ou de operário-camponês, etc.
provocando uma lenta oferta de força de trabalho para o capital[8].
5.
A presença desta enorme classe camponesa,
diversificada em camponeses ricos, médios e pobres, constituiu uma marca
registrada da sociedade capitalista francesa em todo o século XIX e toda a
primeira metade do século XX. Os camponeses foram o fiel da balança nos embates
entre a burguesia e o proletariado na França e em geral optaram por uma postura
conservadora e pró-burguesa[9],
mas também foram responsáveis, tomando em conta as circunstâncias, pela
lentidão do crescimento econômico, como já se sublinhou, e pela desaceleração
populacional, pois a queda da natalidade fez parte da estratégia camponesa de
acumulação econômica e de sobrevivência autônoma, como fuga ao assalariamento.
As taxas de crescimento anual do produto nacional, que refletiam a estrutura
acima apontada, estiveram entre as mais baixas dos países industrializados da
Europa (Itália 1,4% e França 1,6%), enquanto Alemanha (2,9%) e Suécia (3%)
registravam taxas bem maiores e da América do Norte, onde as taxas eram mais
altas ainda (EUA 4,3% e Canadá 3,8%), considerando o longo período de 1970 e
1913.
A evolução
demográfica francesa registrou ao longo do século XIX uma queda do coeficiente
de natalidade mais rápida do que na G. Bretanha e na Alemanha: 31,7‰ em 1800-10
para 20,5‰ em 1900-10, ao passo que o coeficiente de mortalidade diminuiu menos
depressa do que nesses mesmos países: 26,3‰ em 1800-10 para 19‰ em 1900-10, conduzindo
a uma menor presença populacional comparativamente às demais potências[10]:
População
(milhões) |
1800 |
1850 |
1900 |
1930 |
França |
27,3 |
35,8 |
39,0 |
41,8 |
Grã Bretanha |
15,0 |
22,6 |
38,7 |
46,0 |
Alemanha |
24,6 |
35,9 |
56,4 |
64,3 |
Rússia (URSS) |
37,0 |
60,2 |
111,0 |
156,0 |
Estados Unidos |
5,3 |
23,2 |
76,0 |
122,9 |
6.
O período que vai de 1870 a 1913 foi muito
importante na história européia, mais ainda para a Alemanha e a França, considerando
os ritmos distintos de crescimento econômico, a França com 1,6% ao ano e a
Alemanha com 2,9%, quase o dobro. Em 1871 a França saiu derrotada da guerra
franco-prussiana e assistiu em Versalhes a proclamação do Império alemão, e
ambas continuaram a se defrontar militarmente na primeira guerra mundial
(1914-18) e na segunda (1939-45). Se 1871 foi mais uma vitória político-militar
dos alemães, em plena expansão, a derrota francesa significou um grande choque
na idéia de “grandeza” da França, provocando grandes reviravoltas materiais,
políticas e mentais.
Em 1870-71 foram registrados 140 mil
mortos franceses, tanto por ferimentos como por doenças (varíola), enquanto as
baixas alemãs foram muito menores (60 mil), sem registros de mortes por
varíola, pois suas tropas haviam sido vacinadas. O Tratado de Francfourt
retirou da França 14.000Km2, habitados por 1,5 milhão de habitantes, provocando
grande migração de alsacianos e lorenos, que abandonaram suas regiões e se
dirigiam à França, além da cobrança de indenizações financeiras, levando o
Estado francês a emitir papéis da dívida pública. Durante os conflitos caiu a
monarquia de Napoleão III, proclamando-se a III República francesa (1870),
assim como a insurreição popular de Paris (1871) acabou afogada em sangue,
provocando um refluxo prolongado das lutas sociais na França, compensado por
crescimento do movimento operário na Alemanha: em 1871 os social-democratas
registraram 102 mil votos, saltando para 493 mil em 1877 e alcançando 1427 mil
em 1890[11].
Se os franceses viveram um refluxo das lutas sociais, a derrota de 1870-71
despertou sentimentos nacionais intensos, inclusive entre os intelectuais, e
uma autocrítica cultural e ideológica, que desembocou na valorização dos
estudos geográficos, até então incipientes na França, comparativamente à
Alemanha.
7.
A Europa também viveu de 1873 a 1896 mais uma
prolongada fase depressiva do ciclo longo industrial, com prejuízos maiores na
França. A crise foi agravada pela política comercial livre-cambista (1860-1892),
inaugurada pelo tratado de comércio franco-inglês, com pequenas mudanças
protecionistas em 1881, e substituída por tarifas nitidamente protecionistas em
1892, com o governo Jules Méline. Durante o período de livre-comércio as
importações agrícolas da América (cereais, etc) deprimiram a economia camponesa
francesa, acelerando o êxodo rural, e como ela representava grande parte do
consumo do país, afetou a demanda de produtos industriais nacionais[12],
mais uma vez se registrando a importância camponesa na economia e na política
francesas.
Em decorrência da derrota de 1870-71 e
da crise econômica prolongada do final do século, acabaram se concretizando as
pressões no sentido de conquistas coloniais e investimentos financeiros no
exterior, o que igualmente reforçou a presença na vida francesa das antigas
sociedades de geografia e estimulou o desenvolvimento dos estudos geográficos
modernos, como praticados na Alemanha.
A gênese e o
desenvolvimento inicial da geografia francesa (1871-1930)
8.
É interessante observar que a gênese da geografia
alemã, a primeira verdadeiramente moderna, tenha se dado num momento em que os
alemães vivam subdivididos em numerosos pequenos Estados, sobrevivência da
estrutura política fragmentada medieval, com vida econômica social precária e
arcaica. Entretanto, em contraste, a vida intelectual alemã revelava grande
fertilidade, sobretudo na filosofia e na literatura[13].
O primeiro pensador que refletiu ao
mesmo tempo sobre filosofia e geografia foi I. Kant (1724-1804), responsável
pelo ensino de geografia física, entre outros cursos, na Universidade de
Königsberg de 1756 a 1796, mesmo antes que existisse uma cadeira de geografia
nas Universidade alemãs, a primeira delas na Universidade de Berlim, criada em
1820 para ser ocupada por K. Ritter[14].
9.
O processo de desenvolvimento desigual dentro da
Europa de 1870 a 1913 colocou lado a lado a G. Bretanha, em processo de perda
de vitalidade, junto com a França, a Itália, etc., em crescimento econômico
muito lento e de outro lado alguns países com forte dinamismo econômico, como a
Alemanha, Dinamarca, Suécia, etc. Já assinalamos que o desenvolvimento alemão e
sua unificação política tiveram muito a ver com a riqueza do pensamento de Kant
e Hegel e também com as idéias geográficas dele decorrente[15].
É curioso que a França no período 1870-1913, com crescimento econômico e
populacional muito lento, em pleno processo de retração tanto econômica como
política frente à Alemanha, tenha desenvolvido sua ciência geográfica de
maneira muito dinâmica, copiando inicialmente a geografia alemã, alcançando
originalidade reconhecida mundialmente nas primeiras décadas do século XX e não
se rivalizado, como ultrapassado a geografia alemã, que dava sinais de
degenerescência na década de 30.
Parece certo que o acontecimento mais
importante no despertar da França para os estudos geográficos modernos tenha
sido a guerra franco-prussiana, que marcou profundamente toda a sociedade
francesa e exigiu uma reelaboração das idéias de identidade nacional. Para a
França foi um choque muito grande a derrota e a morte de um número muito maior
de franceses do que de alemães, em grande parte por doenças, apesar dos nomes
consagrados de C. Bernard e L. Pasteur nas pesquisas biológicas, sem falar na
perda de territórios, com grande migração de alsacianos e lorenos para o
território francês, das indenizações financeiras a pagar, etc.
10.
Deve-se notar, paralelamente, que após o retorno de
A. von Humboldt das pesquisas na América espanhola (1799-1804), sua estada em
Paris durou nada menos de vinte anos, organizando os dados colhidos, para
publicá-los. “O incomparável vigor e o brilho da vida intelectual em Paris,
àquela época, constituiu grande estímulo: Gay-Lussac, Laplace, Lamarck, Cuvier,
Arago, Jussieu e muitos outros cientistas foram seus amigos e colaboradores.
Richtofen atribuiu grande parte da eminência intelectual de Humboldt à
influência da cultura francesa sobre a base da sua formação germânica”[16].
Em 1871 a “grandeza da França estava abalada.
Em resposta ao historiador alemão
Monnsen que invocava, em favor da anexação da Alsácia-Lorena pelo Império
Alemão, o “princípio de nacionalidade” (definido pela raça e a língua), o
historiador Fustel de Coulanges escreveu: “o que distingue as nações, não é a
raça, nem a língua. Os homens sentem no seu coração que são um mesmo povo
quando têm uma comunidade de idéias, de interesses, de afeições, de lembranças
e de esperanças. Eis o que faz a pátria. Eis porque os homens querem marchar
juntos, juntos trabalhar, juntos combater, viver e morrer uns pelos outros. A
pátria é o que se ama. Pode ser que a Alsácia seja alemã pela raça e pela
língua; mas pela nacionalidade e o sentimento da pátria, ela é francesa. E
sabeis o que a tornou francesa? Não foi Luis XIV, foi nossa Revolução de 1789.
Desde aquele momento a Alsácia seguiu o nosso destino, ela viveu nossa vida.
Ela não teve nada de comum convosco. A pátria, para ela é a França. O
estrangeiro para ela é a Alemanha”[17].
O choque de 1871 despertou os
intelectuais franceses a repensar a identidade nacional, assim como o choque de
1892 (guerra hispano-americana) teve o mesmo efeito na Espanha. A chamada
geração de 92 (Ortega y Gasset, Unamuno e outros) repensou a Espanha sobretudo
a partir da história, da mesma forma que o pensamento histórico sobre a
nacionalidade francesa teve, anos antes, vozes brilhantes com E. Renan
(1823-1892) e F. de Coulanges (1830-1889) entre outros e mesmo mais
recentemente com F. Braudel[18].
Mas o efeito intelectual mais forte do choque de 1871 na França foi o nascimento
da geografia moderna na universidade, com a criação de uma cadeira específica
em Nancy (1872), em plena proximidade da Alemanha, onde havia sido criada em
1871 a segunda cadeira universitária de geografia, depois daquela de Berlim,
para K. Ritter em 1820, agora em Leipzig, ocupada por O. Peschel[19].
11.
Naquele momento o salto nos estudos geográficos e
no interesse pela geografia adquiriram três caminhos: 1) E. Reclus, discípulo
de Ritter, que já havia editado em 1867-68 “
A geografia de E. Reclus teve ampla
repercussão no mundo cultural francês e também no exterior, mas pouco
influenciou as pesquisas geográficas francesas, dado seu caráter libertário, enquanto
a produção das Sociedades geográficas teve maior penetração, sobretudo como
instrumento político-econômico, por causa de seu caráter informativo (relatos
de viagens, etc) e conservador. A geografia de La Blache, a geografia
universitária, apesar de posterior às outras duas, foi a que expandiu com maior
força, porque analisava a realidade de maneira vigorosa e atendia melhor às
necessidades da burguesia francesa, como veremos adiante.
12.
P. Vidal de
La Blache após cursar a École normale
superieur e se classificar me primeiro lugar na agregação de história e
geografia (1866), foi lecionar em Atenas (1867-69), aproveitando para viajar pela
Grécia, Turquia, Síria, Palestina e Egito. Tendo sustentado doutorado na
Sorbonne em 1872, decidiu tornar-se geógrafo, partindo de sua formação básica
de historiador e aceitar a cadeira de geografia, recém criada na Universidade
de Nancy (1873-77). Deu seqüência ao caminho escolhido, lecionando na École
normale (1877-98) e depois na Sorbonne a partir de 1899. Diante do grande
atraso da França nesta área de conhecimento e com apoio
administrativo-governamental, tomou inúmeras iniciativas, mais tarde complementadas
por L. Gallois (1857-1941) e Emm. de Martonne (1873-1955), visando se apropriar
e aprofundar as idéias e experiências acumuladas em outros países, sobretudo na
Alemanha[22].
13.
Qual a diferença entre a responsabilidade
intelectual de Ritter na origem da geografia alemã e a de
14.
Assumindo em Nancy (1872), sua primeira função de
ensino exclusivamente geográfico,
Antes da ida de La Blache a Sorbonne
(1899) haviam sido defendidas poucas teses de geografia e uma delas foi a de L.
Gallois, educado como La Blache na tradição histórica e que apresentou um
estudo sobre “Les Géographes allemandes de la Renaissance” (1890). A presença
de La Blache na Sorbonne resultou em inúmeras e importantes teses, tendo sido
as primeiras as de J. Brunhes e de Emm. de Martonne, ambas de 1902[25],
seguidas da nomeação dos novos doutores para as universidades da província,
como Rennes (De Martonne), Grenoble (R. Blanchard), etc, exceção de J. Brunhes,
que não fez carreira universitária.
15.
A divulgação de seus trabalhos, bem como a de seus
discípulos foi encenada como tarefa muito importante. Seus dois primeiros
livros, “Marco Polo, seu tempo e suas viagens” (1880) e “
16.
Além das publicações de trabalhos científicos
próprios, livros e artigos, foram editados seus materiais didáticos, aos quais
Novamente La Blache percebeu claramente
as necessidades e as oportunidades que se foram apresentando. No caso da
revista (Annales de Géographie, que se edita até hoje), baseou-se no modelo das
revistas universitárias alemãs e disputou a batalha das idéias com a Révue de
Géographie, de L. Drapeyron, fundada em 1877, mas que acabou desaparecendo em
1905. Tratou de imprimir um caráter mais científico aos Annales, evitando
publicar relatos de viagens e debateu suas idéias de geografia, que iam
amadurecendo, com a radicalização das determinações geográficas de F. Ratzel e
as propostas de morfologia social de E. Durkheim, que em contrapartida
minimizavam as raízes geográficas[28].
O projeto da enorme coleção da Géographie Universelle se apoiou na força dos
seus discípulos, que ocupavam cadeiras universitárias (De martonne, Max. Sorre,
A. Demangeon, H. Baulig, entre outros), responsáveis pela tarefa de preparar os
volumes correspondentes, e também se apoiou no modelo alemão (Erdkunde, de K.
Ritter, por exemplo) e no sucesso de Nouvelle Géographie Universelle
(1875-1895) de E. Réclus.
17.
Outra frente de luta na expansão da geografia
francesa surgiu da participação de
Na luta de P. Vidal de La Blache pela
gênese da geografia universitária na França, tudo o que foi mencionado anteriormente
de nada adiantaria, sem o esforço pela “invenção” de teorias e temas que dessem
sustentação intelectual ao empreendimento, como nos seus debates com F. Ratzel
e E. Durkheim; isto é, era preciso inventar a “geografia francesa”. Sua tarefa
gigantesca foi facilitada pelo terreno virgem no campo universitário,
diferentemente do que acontecia com a história, o que permitiu aproveitar o que
havia de mais avançado: as idéias alemãs, mas que não podiam ser simplesmente
copiadas.
A mais importante idéia esposada por La
Blache foi a de “possibilismo”, frente ao “determinismo” de F. Ratzel,
assumindo uma postura equilibrada no estudo da relação homem-natureza, não
aceitando um possibilismo radical, que valorizava a ação humana,
independentemente da natureza e nem a ênfase ratzeliana nos fatores naturais[30].
Na verdade F. Ratzel desviou-se da tradição aberta por Kant e adotada por
Ritter e mais tarde por A. Hettner, no início do século XX. Enquanto Ritter
escreveu sobre as relações recíprocas entre o homem e a natureza, “Ratzel
tendia a ver o homem como produto do meio, moldado pelas forças físicas que o
rodeavam e subsistindo apenas na medida em que se ajustava corretamente às suas
condições”[31].
Assim, no combate ao determinismo de Ratzel, P. Vidal de La Blache assumiu uma
posição neo-kantiana, criticando a transposição grosseira das idéias de Darwin
e dos darwinistas sociais, como H. Spencer, à geografia humana. Em F. Ratzel já
aparece o biologismo que mais tarde se transformou em racismo e também em
agressividade geopolítica com K. Hanshofer, um dos fundadores da revista
Zeitschrift für Geopolitik (1924), inspiradora do nazismo[32].
No fundo, tanto o possibilismo
hablachiano quanto o determinismo ratzeliano foram visões empobrecedoras, na
ênfase maior ou menor nas determinações naturais em detrimento das múltiplas
determinações. Na verdade não se tratava da relação homem-natureza, mas de
sociedade-natureza, pois desde a Introdução à crítica da economia política
(1857), Marx já havia observado que “em todas as formas de sociedade há uma
produção determinada que é superior a todas as outras” e “em todas as formas em
que predomina a propriedade da terra, a relação com a natureza é predominante;
naquelas formas em que reina o capital, é o elemento social produzido historicamente
que prevalece”. De qualquer maneira seria necessário conhecer o sistema natural
e a estrutura da sociedade; isto é, sua formação econômico-social, cujo eixo
central são as relações de produção (de propriedade e de trabalho), pois as
relações dos homens com a natureza são mediadas pelas relações dos homens uns
com os outros. Para decifrar um país ou uma região seria preciso analisar as
múltiplas determinações naturais, técnicas, de trabalho, de propriedade,
culturais, políticas, etc que se combinam num todo concreto e localizado.
Enquanto La Blache estava combatendo Ratzel, no interesse da visão francesa de
Mundo, W. Lênin estava decifrando seu país, centrado na forma produtiva mais
avançada, em O Desenvolvimento do capitalismo na Rússia (1898) e mais tarde
procurou decifrar as relações mundiais entre os países, igualmente pelas formas
mais avançadas, com sua teoria do imperialismo (1916), como assinalou H.
Lefebvre[33].
Como já se disse muitas vezes, a escola
francesa de geografia, sob liderança de La Blache, deu grande ênfase aos
estudos regionais, que procuraram decifrar as relações entre os homens e as
condições naturais, numa visão kantiana de mútuas influências, inspirando,
aliás, os novos historiadores da época (L. Febvre publicou em 1912 uma Histoire
de La Franche-Comté, por exemplo), que se apoiaram aos avanços da geografia e
de outras ciências para renovar os estudos históricos, fundando em 1929 Les
Annales d’histoire économique et sociale, em cujo comitê de redação figuravam
dois geógrafos, A. Demangeon e A. Siegfried[34].
Por tudo que sabemos, não causa
surpresa que no momento atual, de retomada dos interesses pelos estudos
geográficos regionais e locais, a obra de Vidal de La Blache reapareça,
comparada às visões de Marx e de F. Jameson, um dos raros intelectuais
marxistas americanos, como paradigma do mundo pré-industrial camponês, em
comparação com o mundo industrial do século XIX (Marx) e com o mundo
capitalista atual nos EUA (Jameson). Curiosamente a seqüência escolhida por N.
Thrift (Vidal, Marx e Jameson) é cronológica quanto à evolução da tipologia
regional, mas não é quanto aos autores, pois faltou dizer que Marx analisou o
capitalismo industrial inglês antes que La Blache analisasse a França camponesa
(sobretudo através de seus discípulos, de 1902 a 1918), o que levou Thrift a
indicar como feudal o modelo de produção dominante examinado por Vidal[35].
Aqui aparece um equívoco visível, mas de fácil explicação.
F. Braudel insistiu recentemente em
perguntar por quantos séculos a França
teria vivido uma “economia camponesa” e ele mesmo respondeu “até os dias de
hoje”, apoiando-se nos estudos e depoimentos de P. Dufournet sobre a Savóia:
“muitos dos antigos caminhos, que remontam mesmo à protohistória, vão
desaparecendo sob as matas de corte, as sebes e as culturas, por não poderem
ser usados pelas máquinas motorizadas e por volta de 1960 eram ainda quase
todos transitáveis, pelo menos a pé”[36].
No início do século XX, quando foram realizadas as pesquisas regionais dos
discípulos de Vidal, a França era fortemente camponesa, mas relações feudais
estavam enterradas desde a Revolução Francesa e desde então a economia
capitalista passou a comandar o país e principalmente e economia camponesa[37].
Como analisou V. Berdoulay a geografia
vidaliana estava em harmonia com a política dominante da 3ª República, e se
apoiava nela (Jules Ferry e outros dirigentes políticos), de nacionalismo e
expansão colonial, de aliança burguesia-camponeses, visando isolar o movimento
operário, de ensino obrigatório, laico e gratuito, dentro da tradição
republicana[38].
Ao valorizarem o mundo camponês, nas teses regionais, os discípulos de Vidal
estudavam a França “profunda”, diversificada nas relações homens-natureza
locais (pays) e ajudavam a cimentar a aliança política entre a grande burguesia
francesa e a classe camponesa, mas cometiam o pecado do anacronismo
intelectual, pois o enfoque no chamados gêneros-de-vida, apoiado na etnografia,
tratava de sociedades tribais e de sociedades camponesas isoladas, quando a
França do século XIX já era uma sociedade onde o capitalismo constituía o
modo-de-produção principal e a pequena produção mercantil era um modo de
produção subordinado. Assim, enquanto K. Marx na sua análise dos camponeses
tinha os olhos voltados para o futuro, Vidal tinha os olhos voltados para o
passado. Analisando a economia camponesa. K. Marx assinalava que “a agricultura
torna-se cada vez mais um simples ramo
da indústria, dominado pelo capital” e a análise de Vidal e seus discípulos insistia
numa visão anacrônica, de permanência das relações natureza-sociedade e de
minimização das relações sociais. O enfoque nos gêneros-de-vida, na escola
francesa, teve uma longa e pesada duração e só foi abandonado após a segunda
guerra mundial, graças às mudanças na realidade e ao combate empreendido pelos
geógrafos então marxistas, como P. George[39].
18.
O lado menos conhecido atualmente da produção
intelectual dos primeiros tempos da escola francesa de geografia é o da geografia
política, devido a aversão à geopolítica alemã, sobretudo após a segunda guerra
mundial, mas também às colocações equivocadas de Y. Lacoste nos primeiros
números da revista Hérodote e outras publicações[40].
É interessante assinalar que antes mesmo da publicação da Politische Geographie
(1897) de E. Ratzel, o primeiro grande trabalho de fôlego de P. Vidal de
Toda a obra de La Blache está imbuída
de uma visão política a serviço do nacionalismo francês: 1) crítica às
colocações de Ratzel quanto à geografia política, 2) inclui a Alsácia-Lorena,
então sob o domínio alemão, na França de leste no seu Tableau de la geógraphie
de la France (1903), 3) La France de l’Est (Lorraine-Alsace), concluída em
dezembro de 1916 e publicada em 1917, contribuiu para o retorno destas
províncias ao domínio francês, já que o presidente W. Wilson, dos EUA, era
contra a devolução[42].
O que se disse de Vidal vale para seus discípulos. C.Vallaux publicou em 1911
Geógraphie sociale: lê sol et l’Etat e juntamente com J. Brunhes, Lê Geógraphie
de l’histoire. Géographie de la paix et de la guerre sur terre et sur mer (1912). A. Siegfried publicou em 1913 o clássico Tableau
politique de la France de l’ouest sous la 3ª Republique. Mais tarde, na década
de 30, quando K. Hanshofer estava no auge do prestígio, J. Ancel defendeu a
tradição da geografia política francesa de J. Brunhes e Vidal de La Blache na
própria Zeitschrift für Geopolitik (1939), além de expor suas idéias sobre a
Alemanha no Manuel Géographique de politique européenne, tome 2 (l’Allemagne),
Ed. Delagrave. Deve-se registrar que J. Ancel, francês de origem judaica, foi
morto durante a ocupação nazista da França e K. Hanshofer se suicidou em 1946.
19.
De tudo o que foi exposto é possível dizer que se o
crescimento econômico da França continuou lento de 1871 a 1914 comparativamente
à Alemanha, a geografia francesa realizou neste período um salto excepcional,
projetando-se mundialmente como concorrente à hegemonia germânica. Em 1898 no
mundo todo a geografia estava sendo ensinada por 121 professores em 92
instituições de ensino superior: 32 e 22 respectivamente na Alemanha, 22 e 16
na França, 16 e 11 na Rússia, 14 e 10 na Áustria, etc. No conjunto da UGI de
1904 em Washington a França participou com a segunda delegação estrangeira (43
membros), após a Alemanha (65 membros). Em 1920 a geografia era lecionada em
todas as universidades, salvo Caen[43].
Enquanto a geografia alemã foi
prejudicada pelo fanatismo nazista, deve-se assinalar que a geografia francesa,
por razões que não estão suficientemente discutidas, viveu na década de 30 um
significativo avanço teórico e empírico, que se prolongou nos anos 40 e 50, mas
começou a perder vitalidade nos anos 60 e 70.
20.
Como se sabe o
tempo de constituição da geografia moderna na França completou um século nos
dias atuais e nos caberia tentar algumas comparações, que ajudem a explicar o
percurso e as características atuais. Atualmente no lugar de uma grande
liderança do pensamento geográfico francês, podemos distinguir três lideranças,
sem a grandeza de P. Vidal de La Blache das últimas décadas do século XIX e
primeiros do século XX e nem de Emm. De Martone, que comandou a geografia
francesa até a 2ª guerra mundial. Os líderes atuais dirigem revistas, que não
recebem o reconhecimento que garantiram a força dos Annales de Geógraphie:
L’Espace géographique (R. Brunet) editada desde 1972, Hérodote (Y. Lacoste)
editada desde 1976 e Géographie et Cultures (P. Claval) editada desde 1992. R.
Brunet e Y. Lacoste foram membros do PCF e discípulos de P. George, sendo que
os três fizeram um percurso de moderação política, numa marcha em direção ao
centro do espectro político. P. Claval sempre esteve em posições politicamente
centristas, o que dá a curiosa situação de três lideranças de centro, que se
degladiam freqüentemente por 1) questões de técnicas de trabalho, como as
críticas de Y. Lacoste ao quantitativismo, sobretudo de R. Brunet e 2)
temáticas distintas (geopolítica, cultura, etc.).
21.
Para chegar a
esta situação distante do dinamismo e da grandeza dos primeiros tempos, foi preciso
passar por uma crise política e epistemológica que começou a altura de 1960,
mas foi precipitada pelos acontecimentos de 1968, que abalaram toda a
universidade francesa. Entretanto nos anos 30 foram gestadas idéias que fizeram
avançar a geografia francesa, provavelmente sob o estímulo da concorrência da
geopolítica alemã, da radicalização da sociedade, aliás nítida entre os
intelectuais, que se definiam freqüentemente entre extrema-esquerda e
extrema-direita, assim como na Alemanha sob a República de Weimar havia
ocorrido o mesmo, anos antes. O avanço teórico e empírico da geografia francesa
dos anos 30 não foi percebido por P. Claval e nem anteriormente por A. Meynier[44].
22.
O primeiro a
apontar o avanço teórico dos anos 30 foi A. Cholley[45],
que teve o papel de captar a mudança epistemológica provavelmente por ter sido
herdeiro de uma lenta evolução da geografia em direção ao referido salto. O
corpo de cientistas da nova ciência foi montado, como já se disse, por P. Vidal
de
Sob a orientação
de Emm. De Martone. A. Cholley realizou um enorme esforço empírico e teórico,
ao escrever sua tese Lês Préalpes de Savoie (Genevois, Bauges) et leur
avant-pays: étude de geógraphie régionale[46]
na época em que trabalhava em Lyon, como “maitre de conferénces”, antes de
seguir em 1927 a Paris.
Sua tese foi, no
dizer de De Martone, a primeira tese original sobre uma região montanhosa da
França, já que a de Max. Sorre sobre os Pirineus foi basicamente um estudo de
biogeografia[47].
Assim como Humboldt foi favorecido nas suas observações geográficas ao tratar
das regiões montanhosas (Andes, p.ex.), pela tendência ao aparecimento de
vários pequenos sistemas naturais bem delimitados, igualmente A. Cholley se viu
defrontado pela imbricação complexa, mais ao mesmo tempo “didática” de fatos de
origens diversas, manifestadas em tipos de tempo, hidrologia complexa (lagos,
pântanos, fluxos glaciais, etc.), a presença milenar de ocupação camponesa, com
diferentes tipos de aproveitamento das condições naturais (planícies, encostas,
montanhas, etc.) e uma industrialização de base rural e de pequenas cidades
(Annecy, p.ex.).
Após uma
introdução, tratou da Morfologia dos Préalpes da Savoia (p. 83 a 166), do clima
e da hidrologia (p. 167 a 287), de um capítulo intermediário entre o natural e
o humano (O homem e as condições naturais, p. 288 a 384), seguido dos Gêneros
de Vida (p. 385 a 705) o mais volumoso da tese, seguido da conclusão (706 a
715). É curioso que A. Cholley tenha sido o primeiro geógrafo francês a
incorporar as idéias de J. Bjerkner e H. Solberg, meteorologistas escandinavos,
e assim a trabalhar não só com os chamados elementos do clima (temperatura e
precipitações), mas também com as estações e tipos de tempos (p. 217 a 235),
tendo superado De Martone neste campo e sido o responsável pela orientação de
tese de P. Pedelaborde: Lê Climat du bassin parisien (essai d’une méthode
rationalle de climatologie physique), Ed. Génin, 1957, que impulsiona a chamada
climatologia dinâmica.
A tese de A.
Cholley não só é majoritariamente de geografia humana, pelo número de páginas,
mas pelo espírito, já que para ele o homem é o centro das preocupações da
geografia que ele adota. Nela já aparecem dois componentes fundamentais do seu
pensamento 1) o casamento de grande fertilidade entre geografia sistemática e
geografia regional, na tradição de Kant, Ritter e Hettner, todos com ampla
formação filosófica, como ele mesmo e 2) a idéia de que os fatos geográficos
são combinações concretas, e como tais precisam ser estudados e decifrados.
Quanto às suas pesquisas de morfologia
alpina teve que se defrontar entre as interpretações de Emm. De Martone e as de
R. Blanchard, o que o levou a dar continuidade às pesquisas em outras regiões francesas
(Bourgogne e região parisiense), tendo orientado grande número de teses sobre a
bacia sedimentar parisiense (Tricart, Pinchemel, Journaux, etc.). Nestas
pesquisas se deu conta da riqueza que os depósitos de encosta podiam
representar na revelação das condições paleo-climáticas, e assim sua doutrina
em matéria de geomorfologia ganhou corpo e se afinou: tectônica e erosão se
livram a um duelo através das variações climáticas, permitindo definir a noção
de “sistema de erosão” e o uso da técnica de análise dos sedimentos, em
laboratórios apropriados. Este caminho, aberto por A. Cholley[48]
corresponde ao salto em direção à geomorfologia climática, posteriormente
apropriada indebitamente por vários autores (J. Tricart, p.ex.). C.A.
Figueiredo Monteiro lembrou[49]
que até a UGI de Lisboa (1948) a temática geomorfológica girava em torno das
“superfícies de aplainamento nos dois lados do Atlântico” e em Washington (1952) a temática passou a versar
sobre os “cascalheiros” das encostas, tão reveladores dos processos
paleo-climáticos.
De tanto relacionar fator, A. Cholley
passou a teoriza-los: os fatos geográficos, quaisquer que sejam, aldeia,
economia agrária, subúrbio em expansão, forças erosivas, etc., resultam de uma combinação
de influências variadas, físicas, biológicas, humanas, mentais, etc., cujas
interações são tão complexas que, as vezes tocar num elemento da combinação
consiste em modificar o todo, por uma série de reações em cadeia. A análise dos
elementos de tais combinações, a observação de sua vitalidade, fornecem à
geografia o seu método, o qual define nossa ciência em oposição às ciências
setoriais (geologia, botânica, etc.). Trata-se, assim, de descobrir o dinamismo
duma combinação, sua extensão espacial, seu crescimento em detrimento das
combinações vizinhas, e depois sua própria degenerescência. Não só é a visão
sistêmica antes dela se generalizar, como é a visão de múltiplas determinações
de Marx[50].
A. Cholley foi o sucessor de Emm. De
Martone na liderança da geografia francesa e o auge do seu poder se exerceu de
1945 a 1956. Foi professor na Sorbone de 1927, levado pelas mãos de De Martone,
até 1956, tendo sido seu Doyen de 1945 a 1953 e diretor do Instituto de
Geografia de 1944 a 1956. Presidiu durante quase 20 anos o júri da nova
agregação de geografia, assim como dirigiu por muito tempo a Associação dos
Geógrafos Franceses e os Annales de Géographie no auge do seu prestígio[51].
Além das suas contribuições
anteriormente apontadas é interessante lembrar que o animava uma grande
preocupação didática: 1) colaborou com A. Demangeon na coleção de livros de
primeiro e segundo graus, organizando anos depois sua própria coleção, com
nomes de peso, como J. Dresch, P. George, P. Birot e outros, podendo-se dizer
que seus livros didáticos até hoje não foram superados na seriedade do
conteúdo, 2) fundou em 1936 a l’Information géographique, revista destinada aos
professores do magistério secundário, 3) publicou em co-autoria com Emm. De
Martone as cartas do “Etat-Major” 1/80.000”, selecionadas e comentadas,
destinadas ao treinamento dos alunos universitários.
Mas a face didática, de estimulador de
novas vocações, não deve obscurecer sua face de teórico importante, como
reconheceram R. Hartshorne, em 1966, e G. Bertrand recentemente[52].
Bertrand assinala a importância da idéia de combinação geográfica para a gênese
da categoria geo-sistema, lamentando que os geomorfólogos franceses se isolem
em sua especialidade. Hartshorne lembra que no Guide de l’Étudiant, Cholley
assinala a distinção entre Geografia e as chamadas ciências sistêmicas, bem
como as semelhanças entre Geografia e História, tão próximas às colocações de
Kant. Lamentavelmente nos anos 60 e 70 começaram a se acentuar as
“fragmentações” da Geografia, já apontadas por A. Meynier[53],
mas principalmente uma ênfase crescente à organização espacial (paisagem,
etc.), como a “espacialidade” num processo de regressão teórica.
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1860: O reino de Piemonte cede Savoia e Condado de Nice à França; Tratado de livre-comércio entre França e Inglaterra (1860-1892); Aparecimento das primeiras câmaras sindicais na França |
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1862: Ascensão de Bismarck na Prússia (queda em 1890); Política de unificação da Alemanha (1862-1871); Acordo franco-inglês autorizando sociedades inglesas a funcionar livremente na França |
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1863: Fundação do Crédit Lyonnais |
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1864: Fundação da Primeira Internacional Operária (Londres) |
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1866: Vitória da Prússia sobre a Áustria; Falência do Crédit Mobilier (irmãos Pereire); greve dos mineiros de carvão no norte da França |
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1867: Exposição Universal em Paris |
1867-68 - E. Reclus: La Terre, description
des phénomenes de la vie du globe, 2. vol |
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1869: Inauguração do Canal de Suez; Primeiro cartel do ferro na Alemanha (folha de Flandres). |
1867-69 - La Blache lecionou na École française d’Athènes e viajou pelo Oriente Próximo, tendo assistido a inauguração do canal de Suez |
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1870: Guerra franco-prussiana; Queda de Napoleão III e proclamação da III República; Criação da Union Génerale; Greve na Creusot; Fundação do Deutsche Bank |
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1871: Derrota da França na guerra franco-prussiana; Proclamação do Império alemão em Versalhes; Insurreição e derrota da Comuna de Paris |
1871 - 1º Congresso da União Geográfica Internacional (UGI), em Antuérpia La Blache defendeu seu doutorado na Sorbonne |
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1872: Criação do Banco Paris et Pays-Bas; Lei de repressão à Associação Internacional dos Trabalhadores; criação do Desdner Bank |
1872 - Criação da primeira cadeira de geografia na Universidade Francesa (Nancy), ocupada por La Blache de 1873 a 1877 E. Levasseur: L’Étude et l’Enseigment de la Géographie |
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1873: Fim da ocupação alemã na França, após pagamento das indenizações financeiras |
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1875: Início do surto de phylloxéra nos vinhedos franceses (até 1888); Conquista do Congo-Brazzaville (1875-1882); Inglaterra adquire controle do Canal de Suez; Congresso dos partidos operários europeus em Gotha (Alemanha). |
1875 - 2º Congresso da UGI, em Paris |
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1878: Aliança austro-alemã (Berlim) |
1875-93 - E. Reclus: Nouvelle
Geographie Universelle, 19 vol. |
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1879: Início plano Freycenet de grandes trabalhos públicos; Elevação das tarifas de importação na Alemanha; Criação do cartel alemão do potássio |
1877 a 1905 - publicação da Révue de Géographie (L. Drapeyron) 1878 - La Blache foi nomeado Maitre de Conferences na École Normale Superieur (Paris) |
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1880: Lei sobre as estradas de ferro locais; criação das primeiras cooperativas de consumo |
1880 - La Blache: Marco Polo, seu tempo e suas viagens, seu primeiro livro |
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1881: Protetorado francês sobre a Tunísia; Criação do Crédit de Paris e do Banque Nationale; Ensino primário laico e gratuito, obrigatório até os 13 anos (lei Jules Ferry) |
1881 - 3º Congresso da UGI, em Veneza; La Blache foi nomeado subdiretor da École Normale Superieur |
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1882: Crise bancária, com várias falências (Union Générale, etc) |
1882 - F. Ratzel - Anthropogeographie |
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1883: Estado substitui companhias privadas no setor ferroviário; Início da abertura do Canal do Panamá; Seguro-doença (Alemanha) |
1883 - La Blache: La Terre, géographie physique et economique, seu segundo livro |
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1884: Cartel Internacional dos trilhos (G. Bretanha, Alemanha e Bélgica) |
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1885: Lei cria mercado a Termo; Algumas medidas de proteção à agricultura |
1885 - La Blache: Cartas murais escolares |
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1887: Anexação da Indochina |
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1888: Ascensão de Guilherme II (Alemanha); Michelin (França) e Dunlop (G. Bretanha) criam indústrias de pneumáticos |
1888 - Emm. de Margerie e G. de la Noë: Les formes du terrain |
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1889: Exposição internacional em Paris; Seguro invalidez e velhice (Alemanha) |
1889 - 4º Congresso da UGI, em Paris; La Blache: États et Nations de l’Europe autour de La France, seu terceiro livro |
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1890: Comissões operárias nas minas de carvão; Queda de Bismarck |
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1891: Aliança França-Rússia; Manifestações Sangrentas no 1º de Maio por jornada de 8 horas; Encíclica Rerum-Novarum |
1891 - Lançamento dos Annales de Géographie (La Blache e M. Dubois), que se tornou a principal revista geográfica francesa; 5º Congresso da UGI, em Berna |
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1892: Escândalo financeiro do Canal do Panamá; Protecionismo tarifário nítido (Méline); Interdição do trabalho noturno para mulheres e crianças no limite de 11 horas por dia |
1891-1892 - L. Gallois: La Dombes |
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1893: Eleições legislativas (50 deputados socialistas, inclusive J. Jaurès); Implantação de assistência médica gratuita |
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1894 - 1906: Caso Dreyfus |
1894 - A. Penck: Morphologie der
Erdoberfläche, 2 vol.; Atlas Générale Vidal de La Blache (Histoire et
Géographie) |
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1895 - 6º Congresso da UGI, em Londres |
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1896: Programa socialista de S. Mandé; Fundação da CGT |
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1897: F. Ratzel: Politische Geographie |
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1898: Lei de indenização de acidentes do trabalho |
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1899: 7º Congresso da UGI, em Berlim La Blache nomeado professor na Sorbonne |
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1901: Liberdade de associação assegurada por lei; Cartel internacional do alumínio |
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1902: La Blache: La rivière Vincent Pinzon (quarto livro); J. Brunhes: L’Irrigation: ses conditions géographiques, ses modes et son organisation dans la peninsule Iberique e dans l’Afrique du Nord |
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1903: La Blache: La France, tableau de
geographie (quinto livro), in Lavisse: Histoire de France |
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1904: “Entente cordiale” anglo-francesa; Cartel Internacional dos Trilhos; Lei interditando escolas religiosas; Início construção do Canal do Panamá pelos EUA |
1904: 8º Congresso UGI, em Washigton, do qual participaram La Blache e De Martonne entre outros |
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1905: Separação Igreja-Estado; Tensão franco-alemã sobre o Marrocos; Fundação da SFIO (J. Guesde); Serviço militar obrigatório (2 anos); Assitência médica obrigatória |
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1906: Repouso semanal obrigatório; Criação do Ministério do Trabalho; Catástrofe da mina de Courrières (1.000 mortos) |
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1907: Tríplice Aliança (França, Rússia e Inglaterra); Conflitos no Midi vitícola |
1907: De Martonne: Traité de géographie physique |
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1908: L. Gallois: Régions naturelles et nom de pays; A. Vacher: Le Berry; J. Sion: Les Paysans de Normandie orientale (obs: apontamos na nota 2 outras teses defendidas naquela época) |
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1910: Lei das aposentadorias operárias e camponesas |
1910: J. Brunhes: La géographie humaine |
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1911: R. Blanchard: Grenoble-Étude de géographie urbaine |
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1912: Protetorado francês sobre o Marrocos |
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1913: A. Siegfried: Tableau politique de la
France de l’Ouest sous la IIIe République |
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1914-18: Primeira guerra mundial; Abertura do Canal do Panamá (1914); Assassinato de J. Jaurés (1914); 1916: batalha de Verdun (700 mil mortos) |
1917: La Blache: La France de l’Est (Lorraine
et Alsace) |
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1918: La Blache e L. Gallois: Le Bassin de
la Sarre; morte de P. Vidal de La Blache |
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1920: Cisão em Tours: SFIO e PCF; Tentativa de greve geral; Seguro desemprego |
1920: A. Demangeon: Le Déclin de l’Europe |
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1922: Acordo econômico germano-soviético |
1922: La Blache: Princípios de Geografia humana (livro póstumo, editado por De Martonne); L. Febvre: A Terra e a evolução humana |
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1923: Ocupação do Ruhr por tropas francesas e belgas; Estabilização do marco alemão após hiperinflação; Fracasso do golpe de Hitler em Munich |
1923: A. Demangeon: L’Empire britannique; S. Passarge: Die Landschaftsgürtel der Erde; Criação da Associação dos Geógrafos Franceses |
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1924: Vitória das esquerdas na França; Intervenção do Estado na Indústria do azoto; Constituição do cartel internacional do aço (1924-26) |
1924: Instalação do Instituto de Pesquisa Social (Escola de Frankfurt), com a presença de K. A. Wittfogel autor das primeiras tentativas de Geografia marxista na Alemanha |
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1925: Guerra do Rif (Marrocos); Criação do Conselho Nacional de Economia |
1925: A. Cholley: Les Préalpes de Sovoie et leur avant-pays (orientação De Martonne) |
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1927: A. Hettner: Die Geographie. Inre Geschichte, ihr Wesen und ihre Methoden; Início da publicação da monumental Géographie Universelle (organizada por La Blache et L. Gallois), cujo último volume foi publicado em 1948 |
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1928: Seguro social obrigatório: Programa de habitação HBM |
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1929: Crise econômica mundial (1929-33); Acordo das empresas automobilisticas francesas visando diminuir o número de modelos |
1929: Início da publicação dos Annales d’histoire économique et sociale (L. Febvre e M. Bloch), inspirados nos Annales de Géographie |
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1930: Complementação das leis de seguro social obrigatório |
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Anexo 2
Bibliografia das
publicações de André Cholley existentes na Biblioteca do Instituto de Geografia
da Universidade Paris I (Sorbonne).
1925 - Essai
d’Histoire Topographique du Quartier de la Guillotière. In: Lyon, des Origines
à nos Jours. La Formatión de La Cité (Kleinchausz, A.). Paris.
1925 - Les
Préalpes de Savoie (Genevois Bauger) et Leur Avant Pays. Etude de Géographie
Regionale. Paris.
1926 - Questions
de Morphologie Beajoulaise. In: Bulletin de l’Association de Géographes Français. Paris.
1926 - Le
Site et la Position Géographique de Vienne. Vienne.
1927 -
Culture et Commerce de Fruits dans la Banlieue de Lyon. In: Bulletin de
l’Association de Géographes Français. Paris.
1928 -
Photographies d’Avion de la Vallée du Rhône. In: Bulletin de
l’Association de Géographes Français.
1928 -
Communication sur l’Atlas Photographique du Rhône (em co-autoria com F. Selve).
1929 - Notes de Géographie
Beaujolaise. In: Annales de Géographie. Paris.
1930 - Notes de Morphologie Karstique du Poljé de
Lika au Popovo (em co-autoria com G. Chabot). In: Annales de Géographie. Paris.
1931 - Atlas photographique du Rhône (em co-autoria
com F. Selve). Lyon.
1932 - Études Morphologiques sur le Jura Méridional
et l’Ile Crémieu. Influence de
1933 - Recherches Morphologiques en Charolais. In:
Annales de Geographie. Paris.
1935 -
1935 -
Remarques sur
1936 - France: Métropole et Colonies (em co-autoria
com A. Demangeon e C. Rosequain). Paris.
1938 -
Surfaces Menliérisées dan la Région Parisienne. Paris.
1939 - Le
Plateaux de de la Haute-Saôve. In: In: Bulletin de l’Association de Géographes Français.
1939 - Le
Plateaux du Thimerais: Dépôts et Évolucion Morphologique. In: Compter Rendu des
Séances de l’Acadèmie des Sciences.
1940 - Le
Plateau du Thimeras (Etude Morphologique). In: Bulletin de l’Association de
Géographes Français.
1941 - Structure
et Relief des Plateaux au Sud-Ouest de Paris. In: Bulletin de l’Association de
Géographes Français. Paris.
1942 - Guide
de l’Etudiant en Géographie. Paris.
1942 -
Problemes du Bassin Parisien. In: L’Information Geographique. Paris.
1942 - Les
Butter de
1944 - Préface.
In: Pêcher et Pecheurs de la Bretagne Atlantique (C. R. Muller).
1945 -
Géographie Phisyque. Conditions
Tectoniques du Tracé de la Basse-Seine (em co-autoria com A. Firmin).
1946 - Problemes
de Structure et d’Économie Rurale. In: Annales de Geographie.
1946 - Questions
de Structure Agraire et d’Habitat Rural. In: Administration Moderne.
1946 - Préface.
In: L’Huiller: Problémes de la Paix (P. George e H. Grimal).
1946 - Préface.
In: Evolution de L’Économie Rurale (H. Smotkine).
1947 - Préface.
In: URSS,
1947 -
Préface. Les Agrumes dans le Monde (P. Robert). Paris.
1948 - La France et l’Union Française (Classe de
première). In: Noveau Cours de Géographie. Manuel de Première (co-autoria com
R. Clozier e J. Dresch).
1948 -
Geographie et Sociologie. In: Cahiers Internacionaux de Sociologie.
1949 - Préface.
In: Maisons Rurales Françaises (A. Chartier).
1949 -
Agrégation de Géographie (Homme et Femmes). Paris.
1951 -
1952 -
Agrégation de Géographie. Paris.
1952 -
Géographie Génerale (Classe de Seconde). In: Noveau Cours de Géographie,
Ensigment du Second Degré (co-autoria com R. Clozier). Paris.
1952 -
L’Agrégation de Géographie. In: Bulletin de
1953 - Quelques
Aperçus Noveaux sur
1957 - Recherches Morphologiques Paris.
Anexo 3
Bibliografia das
publicações de André Cholley
na L’Information Géographique:
1936 -
Editorial.
1936 - Groupes
Regionaux..
1937 - Un
Village Lorrain: Frambois.
1936 - Notre
Excursion en Corse (15 - 21 deSeptembre 1936).
1937 -
Excursion en Valois.
1937 -
Quelques Reflexion Sur l’Enseignement de la Geographie.
1937 -
Quelques Reflexions sur l’Einseignement de la Geographie.
1937 - Les
Massifs en France.
1938 -
Saint-Etienne et les Pays de la Loire.
1938 - Le
Plaines Francaises.
1938 -
Excursion du 14 novembre 1937.
1938 - Les
Plaines Françaises.
1938 -
L’Enseignement de la Geographie dans les Cours Complementaires.
1938 - Les
Cartes et l’Enseignemente de la Geographie.
1939 - Le
Bassin Parisien.
1939 - Le
Rhone.
1939 -
Editorial.
1939 -
Editorial.
1940 -
Régions Naturelles et Régions Humaines.
1940 - Le
Milleux Humaines.
1942 -
.Problems du Bassin Parisien.
1948 -
Remarques sur Quelques Points de Vue Géographiques.
Anexo 4
Trabalhos de André
Cholley citados no Estudo de Jacques Gras.
A) Le Domaine de
- Les
Débouchés de
- Evolution
du Relief Karstique du Parmelan, dans Compte rendus... de L’Académie des
Sciences, 1923.
- Les Préalpes de Savoie, Genevois, Bauges e leur
Avant-Pays. Etude de Géographie Régionale. Paris, 1925.
- Compte rendu de L’Excursion des Géographes
Français dans les Préalpes de Savoie.... 1926.
B)
- Questions de Morphologie Beajolaise, dans le
Bulletin de L’Association de Géographes Français, 1926.
- Notes de Géographie Beaujolaise, dans Annales de
Géographie, 1926.
- Recherches sur les Surfaces d’Aplainissement
Tertiaires dans le Jura Meridional, dans le Congrès Géographique International,
Paris, 1931.
- Etudes Morphologiques sur le Jura Méridional et
L’Ile Cremieu: Influences de la Tectonique Hercyenne, Surfaces Tertiaires
Polygénics, dans Annales de Géographie, 1932.
- Recherches Morphologiques en Charolais, dans
Bulletin de L’Association de Géographes Français, 1933.
- Compte Rendu de L’Excursion de L’Association de
Géographes Français en Charolais, ibd.
- Carte des Surfaces d’Aplanissament du Charolais
et du Mâconnais, dans le Congrès Géographique International, 1934.
- Remarques sur la Morphologie de la Bourgogne
Méridionale, dans Annales de Géographie, 1935.
- Les
Plateaux de la Haute-Saône, ibd, 1939.
- Questions
de Morphologie Jurassienne, ibd, 1948.
C) La Région Parisienne et Le
Bassin de Paris:
- Surfaces
Meulierisées de la Région Parisienne, dans Bulletin de L’Association des
Géographes Français, 1938.
- Surfaces Meulierisées
de la Région Parisienne, Extrat des rapports de la Commision pour la
Cartographie des Surfaces d’Aplanissement, dans Congrès Géographique
Internacional, 1938.
- Le Plateau
du Thimerais: Dépôts et Évolution Morphologique, dans Comptes Rendus... de
L’Académie des Sciences, 1939.
- Le Plateau
du Thimerais. Etude Morphologique, dans Bulletin de L’Associations de
Géographes Français, 1940.
- Strutucture et
Relief des Plateaux du Soud-Ouest de Paris, ibid, 1941.
- Problèmes
du Bassin Parisien, dans L’Information Géographique, 1942.
- Les Buttes
de la Région Parisienne (en collab. avec J. Tricart), dans Compte Redus ... de
L’Academie des Sciences, 1942.
- Recherches
sur les Surfaces d’Érosion et la Morphologie de la Région Parisienne, dans
Annales de Géographie, 1943.
- Conditions
Tectoniques du Tracé de la Basse Seine (en collab, avec H. Firmin), dans
Comptes Redus... de lÁcademie de Sciences, 1945.
- La Vallée
et les Méandres de la Basse Seine, dans Bulletin de lässociation de Géographes
Français, 1945.
-
Morphologie Estructurale et Morphologie Climatique, dans Annales de Géographie,
1950.
- Aperçus
Nouveaux sur la Morphologie du Bassin de Paris, ibid, 1953.
-
Observations Morphologiques sur la Vallée de la Basse Seine, dans Bulletin de
l”Association de Géographes Français, no 259 - 260.
- Remarques
sur la Structure et la l’Évolution Morphologique du Bassin de Paris, ibid,
1960.
Travaux de Géographie
Humaine et Régionale.
- Les
Préalpes de Savoie... (cf. supra).
- Essai d’Histoire
Topographique de la Guillotière et de la Périphérie Orientale de Lyon, dans
Lyon, des Origines à nous jours: La Formation de la Cité, publ. Sous la dir. de
A. Kleinclausz, 1925.
- La Cité et
la Position Géographique de Vienne, conférence pronocée devant la Société des
Amis de Vienne, 1926.
- Culture et
Commerce des Fruits dans la Banlieue de Lyon, dans Bulletin de l’Association de
Géographes Français, 1927.
-
Présentation de une carte de la Répartition de l’Habitat Rurale, dans Congrès
Géographique Internacional, 1931.
- Problèms
de Structure Agraire et d’Économie Rurale, dans Annales de Geographie, 1946.
- Les
Questions de Structure Agraire et d’Habitat Rural, dans L’Administration
Moderne, 1946.
- Remarques
sur Quelques Points de Vue Géographiques, dans L’Information Géographique,
1948.
Divers:
Publications
d’Intérêt Pedagogique ou Extériures au Domaine Habituel des Recherches:
- La Vôge,
dans Annales de Géographie, 1914.
- Notes de Morphologie
Karstique (en collab. avec J. Chabot), dansAnnales de Geographie, 1930.
- Atlas
Photographique du Rhône (en collab. avec F. Selve), dans Bulletin de
l’Association de Géographes Français, 1928.
- France:
Métrople et Colonies (en collab. Avec A. Demangeon et C. Robequain),
- La France.
Interprétation Géographique de La Carte d’État Major au 1/80.000. Exercices
Gradués sur les Divers Types de Région (en collab. avec E. de Martonne), Paris,
1934- 1935.
- Guide de
L’Etudiant en Géographie, Paris 1942.
- La France
et l’Union Française. Nouveau Cours de Géographie publ sous la dir. d’A.
Cholley. Classe de Première, par A. Cholley, R. Clozier et J. Dresch, 1948;
Classe de Seconde, par A. Cholley et J Dresch, 1952.
Anexo 5
Bibliografia das publicações de André
Cholley nos Annales de Géographie:
1915 - La
Vôge.
1923 - Les
Débouchés de la Vallé d’Annecy.
1925 - Les
Régime et les Crues du Rhône.
1926 -
L’Irrigation dans la Région du Sud-Est. la Voie Navegable Marseille-Alsace.
1929 - La Geographie
Politique et Économique de la France d’Après J. Brunhes et P. Deffontaines.
1929 - Notes
de Geographie Beajoulaise.
1930 - Notes
de Morphologie Karstique: du Poljé de Lika au Popovo.
1930 - La
Meteorologie du Relief Terrestre.
1931 - Le
Trafic par Eau de la Région Parisienne.
1931 -
Océanie. -Régions Polaires Australes.
1932 -
Études Morphologiques sur le Jura Méridional et l’Ile Crémieu.
1932 - La
Population de la France en 1931.
1933 -
Recherches Morphologiques en Charolais.
1935 - Le
Congrès Internacional de Géographie de Varsovie.
1935 -
Remarques sur la Morphologie de la Bourgogne Méridionale.
1937 - La
Région du Bas-Rhône.
1939 - Les
Plateaux de la Haute-Saône.
1943 - Recherches
sur les Surfaces d’Erosion et la Morphologie de la Région Parisienne avec 2
Planches Hors Texte et 8 Figures dans le Texte.
1943 - Deux
Atlas Regionaux de Geographie Humaine.
1943 - La
Gare du Nord.
1945 - La
Bourgogne.
1945 - Le
Pays des Alouites, d’Après Weulersse.
1946 -
Problèmes de Structure Agraire et d’Économie Rurale.
1948 - La
Géographie Physique de la France, Emm. De Martonne.
1948 -
Questions de Morphologie Jurassienne.
1950 -
Morphologie Estructurale et Morphologie Climatique.
1952 -
Maurice Zimmermann (1870-1950).
1952 - La
Partie Orientale du Bassin de Paris, d’après Mr Jean Tricart.
1952 - La
Partie Nord-Ouest du Bassin de Paris et la Partie Sud-Est du Bassin de Londres,
d’après Mr Philippe Pinchemel.
1953 -
Quelques Aperçus Noveaux sur la Morphologie du Bassin de Paris.
1955 - Le
Plaines de la Saône et Leurs Bordures Montagneuses, d’après Mr A. Journaux.
1956 -
Emmanuel de Martonne.
1959 - Le
Climat du Bassin Parisien, d’après M. P. Pédelaborde.
1962 - La
Lorreine Sidérurgique.
1964 - A
Propos de la Cartographie Régionale: Atlas de l’Est et Atlas du Nord de la
France.
Anexo 6
Nouveau
Cours de Geographie pour l’Enseignement Secondaire, publié sous
Les Pussances ëconomiques du Monde (coautoria com
P. Birot, R. Clozier, J. Dresch e P. George).
La France et l’Union Française (coautoria com R.
Clozier e J. Dresch).
Géographie Générale - Physique et Humaine
(coautoria com R. Clozier).
La France Metropolitaine et La France d’Outre-Mer (coautoria
com R. Clozier e J. Dresch).
Le Monde (Moins l’Europe, l’Asie Russe et les
Colonies Françaises) (coautoria com R. Clozier, J. Dresch e P. Birot).
Géographie Générale - Les Étapes de
Voltar ao Menu Voltar ao Topo
* Texto publicado
no Cadernos Geográficos n 6.
Florianópolis: EDUFSC, 2003.
[1] Griffith Taylor (1880-1963)
organizou Geography in the Twentieth Century, 1951, Londres (Methuen), enquanto
André Cholley organizou através de l'Information géographique o volume
[2] Emm. De Martonne (1902):
[3] M. Sorre: Les Fondements de la géographie humaine,
A. Colin, 4 vol., 1942-1953. A. Cholley:
[4] M. Niveau: História dos
fatos econômicos contemporâneos, cap. II (Industrialização e crescimento da
economia francesa), Difel, 1969. M. Flamant: Histoire economique et sociale
contemporaine, chap. II (L’économie française de 1871 a 1914), Ed. Montchrestein, 1976.
[5] J. H. Clapham: The Economic Development of
[6] R.E. Cameron: France and the
Economic Development of Europe 1800-1914, lembrou que a Escola Polítécnica
serviu de inspiração às Escolas de engenharia de Praga (1806), Viena (1815),
Estocolmo (1825), várias alemãs (1820-30), Liège (1835), Zurich (1848) e mesmo
à Escola militar de West Point. O MIT americano (1861) se baseou na Escola
Central de Artes e Manufaturas. Aliás, a França foi provavelmente o primeiro
país a implantar uma Escola de engenharia (École des Ponts et Chaussés, 1747) e
daí a importância da adoção do sistema métrico (1790) e a ênfase proposta ao
ensino da matemática (Condorcet, 1792). Assinale-se também que foi na Escola
Normal Superior que se gestou a geografia francesa, com P. Vidal de
[7] K. Marx discutiu a relação
entre pequena propriedade camponesa e os freios à aceleração capitalista em
Teoria moderna da colonização, cap. XXV do primeiro tomo de O Capital, Ed. Civ.
Bras., enfatizando sobretudo a situação dos EUA antes da Guerra de Secessão.
[8] T. Kemp: A Revolução
Industrial na Europa do século XIX, cap. III Desenvolvimento econômico francês:
um paradoxo? Ed. 70, 1987.
[9] K. Marx: As lutas de classes
na França de 1848 a 1850 e a introdução de F. Engels à edição de 1895, in K.
Marx e F. Engels: Textos vol. III Alfa-Ômega.
[10] M. Niveau: obra e capítulo citados, sendo os dados populacionais de W. S. Woytinsky.
[11] F. Engels: introdução acima
citada, pp. 101-02.
[12] M. Flamant, ob. cit. cap. II e P. Bairoch: Commerce extérieur et développement
écnomique de l’Europe au XIXe siècle, cap. XI, Mouton, 1976.
[13] Os nomes mais destacados entre
os filósofos foram Kant, Fichte, Schelling e Hegel e na literatura Goethe e
Schiller, sobretudo. Sobre a gênese da geografia alemã ver Raquel M. F. do
Amaral Pereira: Da Geografia que se ensina à Gênese da geografia moderna, 3ª
edição revisada, Ed. UFSC, 1999.
[14] A.L. Sanguin: Redécouvrir la pensée géographique de Kant, Ann. Géo, nº 576, 1994.
[15] A. Mamigonian: A geografia e
“a formação social como teoria e como método”, in M. Adélia A. Souza (org.): O
Mundo do cidadão, um cidadão do mundo, Hucitec, 1996.
[16] G. Tatham, in G. Taylor, ob. cit. cap. II.
[17] M. Flamant, ob. cit. p. 217.
[18] A identidade da França, em 3
volumes, o último dos quais de 1986, das Ed. Arthaud. No meio volume (Espaço e
história), Braudel deu grande ênfase às bases geográficas, na linha da École
des Annales.
[19] A. L. Sanguin, ob. cit. p. 139.
[20]
[21] R.J. Harrison Clurch, in G. Taylor,
ob. citada.
[22] A. L. Sanguin: Vidal de
[23] G. Tathan, in G. Taylor,
ob. cit.
[24] N. Broc: Vidal de
[25] H. Church, in G. Taylor, ob. cit., Cronologia anexa e nota (2) deste texto.
[26] L. A. Sanguin, 1993, ob. cit.
[27] I. Rangel, entrevista à Geosul, nº 5, 1988.
[28] L.
Febvre: A Terra e a evolução humana (introdução geográfica à história), cuja
edição original é de 1922. P.V.
[29] N. Broc: Vidal de
[30] L.
Febvre: A Terra e a evolução humana (introdução geográfica à história). Ed. Cosmos, Lisboa, 1991.
[31] G. Tatham, in G. Taylor, ob. cit.
cap. III.
[32] S. Van Valkenburg, in G. Taylor, ob cit. Escola germânica de geografia; V. Berdonlay, ob.cit. cap. VI, A epistemologia vidaliana; K. Hanshofer: De la géopolitique, Ed. Fayard e K.A. Witfogel: Geopolítica, materialismo geográfico e Marxismo, 1929, Seleção de textos, AGB, nº 20.
[33] H. Lefebvre: La pensée de Lénine. Bordas, 1957 cap. O Pensamento económico de Lênin,
p. 206 a 253. Na geografia foi M. Santos que fez uso da categoria formação
econômico-social: Sociedade e espaço – a formação social como teoria e como
método, Bol. Paulista de Geografia, nº 54, 1977. O desenvolvimento desta categoria
por Y. Lacoste levou-o a classificar o Japão como subdesenvolvido.
[34] G. Bourdé e H. Martin: Les
écoles historiques, Ed. Seuil, 1983, cap. 7. A escola dos “Annales”.
[35] N. Thrift: Visando o âmago
da região, sobretudo a tabela 7.1 (Três autoridades: Vidal, Marx e Jameson), in
D. Gregory et alli (org.): Geografia humana: sociedade, espaço e ciência
social, Rio de Janeiro, J. Zahar, 1996.
[36] F. Braudel: A identidade da
França (os homens e as coisas), Ed. Globo, vol. III, 1986, onde discute uma
“economia camponesa” até o século XX, p. 9 a 165.
[37] A
longas etapas de subordinação e adaptação da economia camponesa ao comando do
capitalismo francês, estão bem discutidas por A. Lipietz: O capital e seu
espaço, Ed. Hucitec.
[38] V. Berdoulay (1995), p. 230.
[39] P. Vidal de
[40] Y. Lacoste: La géographie,
ça sert d’abord à faire la guerre, Maspeo, Paris, 1976.
[41] Os países limítrofes à
França estudados especificamente foram a Suíça, o Império alemão, o Reino da
Bélgica, o Reino da Holanda, o Reino Unido da G.Bretanha e da Irlanda, o Reino
da Espanha, o Reino de Portugal e o Reino da Itália.
[42] P. Vidal de
[43] G. Tathan, in G. Taylor (1951), N.
Broc (1991), p. 636. A
Cholley: Tendances et irganization de la géographie en France, in A. Cholley
(1957), p. 24, totalizando 16 universidades, incluindo a de Argel.
[44] A.
Meunier: Histoire de la pensée géographique en France (1872-1969), PUF, 1969 e
P. Claval: Histoire de
[45] A.
Cholley: Tendances et organizations de
[46] A
referida tese é de 1925 (A. Colin) e o primeiro texto de fôlego o iniciante A.
Cholley foi também um estudo regional sobre sua região, localizada na parte
meridional da Lorena:
[47] Emm. De Martone: Lês Préalpes de Savoie. Ann. Géo., 1927, p. 363-67.
[48] A. Cholley publicou nos Ann. Géo. Três artigos sobre a morfologia da região parisiense (1943) e mais tarde o famoso Morphologie structurale et morphologie climatique (Ann. Géo., 1950), traduzido em 1960 no Boletim Geográfico CNG.
[49] Informação oral.
[50] J.
Grãs: André Cholley, in: Ph. Pinchemel
et alli: Deux siècles de geographie française, CTHS, 1984.
[51] J. Grãs: André Cholley (1886-1968),
in P. George: Les géographes français, CTHS, 1975.
[52] R. Hartshorne: Perspectivas on the nature of geography. Assoc. of Am. Geogr., 1966, com tradução do IPGH, Rio de Janeiro, 1969 e G. Bertrand: entrevista a GEOSUL, UFSC, 1998, nº 26, p. 144-160.
[53] A. Meynier.